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Paulo Verlings dirige e atua em A Peça Escocesa, texto inédito de Marcia Zanelatto que estreia nacionalmente dia 3 de março, no Teatro da CAIXA Nelson Rodrigues
Obra original livremente inspirada na mais curta e contundente tragédia de Shakespeare: Macbeth,
procurando dar voz ao que o Shakespeare não disse, não pode dizer ou quis dizer nas entrelinhas.
O título faz alusão a uma “superstição” de 400 anos relacionada a obra dO Bardo
Em cena dois atores e uma banda criam uma espécie de “Word Concert”
O Teatro da CAIXA Nelson Rodrigues recebe, de 3 de março a 1º de abril de 2018, quinta a domingo, às 19h, A Peça Escocesa. Obra original livremente inspirada na mais curta e mais contundente tragédia de Shakespeare: Macbeth. Em cena Carolina Pismel e Paulo Verlings são acompanhados pela Banda Dagda, criando uma espécie de “Word Concert”. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.
Concebido pelo ator, diretor e produtor Paulo Verlings, o espetáculo trata de ambição, jogos de poder, compensação e cobiça, dando um ponto de vista contemporâneo às personagens Macbeth e Lady Macbeth. Verlings irá lançar-se em uma investigação na busca de uma cena fundida entre a “palavra e a música”, pesquisando um ponto de vista contemporâneo sobre a espetacularização da monarquia. Uma arena de gladiadores contemporâneos se instaurará e o público se deliciará com um arrojado recorte de um épico contemporâneo.
A dramaturgia original assinada por Marcia Zanelatto traz à tona vozes subterrâneas criando uma polifonia que transcende a ideia de personagem. O jogo exige deslocamentos diversos dos atores, que dão vozes desde os corcéis do Rei Duncan, decepcionados com a humanidade, até o vozerio sobrenatural das bruxas, passando, é claro, pelos protagonistas da obra original.
– Os clássicos de William Shakespeare continuam presentes no imaginário artístico e universal. Seus enredos, epopeias mirabolantes, personagens construídos meticulosamente e munidos de real humanidade, fascinaram o mundo e atravessaram os séculos. Todos esses desejos e questionamentos sobre o humano, na obra de Shakespeare, é o que nos inspira e move a nos debruçarmos nesse projeto para criarmos uma obra original –, comenta Paulo Verlings.
Mas não é a história de Shakespeare que Verlings e Zanelatto estão encenando. Não é a história de Shakespeare que os espectadores vão assistir. Com A Peça Escocesa a dupla procura dar voz ao que Shakespeare não disse, não pode dizer ou quis dizer nas entrelinhas, nos “espaços”, nas ausências de Lady Macbeth. A dramaturga considera que O Bardo pode ter sido censurado.
– Creio que o melhor trabalho que posso fazer, ao lidar com uma obra prima como Macbeth, é ouvir as vozes subterrâneas, revelar o que não foi dito no clássico – seja por questões sociopolíticas referentes ao Reino Unido do Século 17 ou por opções de estrutura dramatúrgica – e assim transmiti-lo na atualidade. Não quero contar a história ou adaptá-la. Eu quero fazer ouvir a vida interior e arquetípica dos personagens à luz do nosso tempo, uma espécie de peep show da alma, como fizemos em Tristão e Isolda, que marca meu encontro com o Paulo Verlings, sob direção de Guilherme Leme Garcia. Por exemplo, há na estrutura emocional da peça de Shakespeare, além do problema da ambição desmedida, que reinscrevo como uma necessidade de compensação pelo que não se tem (já que a peça está na transição do feudalismo para o capitalismo – o tempo do TER), uma forte questão de gênero, na medida em que todo poder é do homem, Macbeth, mas toda potência é da mulher, Lady Macbeth. Meu processo de trabalho foi examinar em Macbeth, a gênese do homem militar, bélico, talhado para a guerra chegando ao governo com sua marca de matador profissional e completamente paranoico. E reinscrever Lady Macbeth no lugar feminista, levantando a hipótese de sua ação derivar da caça às bruxas: alçar-se à condição de rainha pode ter sido uma estratégia para escapar da fogueira da inquisição. Ou você acha que a relação de Lady Macbeth com as bruxas começa quando ela recebe a carta de Macbeth dizendo que recebeu a predição de que seria rei? Pra mim, e o que quero apresentar ao público, é a hipótese de que Lady Macbeth era da linhagem das bruxas e sua ação foi de resistência. Agora, o que temos a examinar em A Peça Escocesa é o que ocorre quando a resistência feminina decide jogar o jogo patriarcal –, comenta Marcia Zanelatto.
A equipe de artistas criadores conta ainda com Ricco Viana (direção musical), Mina Quental (cenário), Flavio Souza (figurinos), Vini Kilesse (visagismo), Tiago e Fernanda Mantovani (iluminação) e a Banda Dagda é composta pelos músicos Antonio Fischer-Band (teclado), Arthur Martau e Kim Fonseca (guitarras), Pedro Velho (baixo) e Victor Fonseca (bateria).
A Peça Escocesa consolida a parceria entre a dramaturga Marcia Zanelatto e o diretor Paulo Verlings. A dupla iniciou sua ligação no espetáculo Fatal (2016), com o qual Marcia foi indicada ao Prêmio Shell de Melhor Texto. A parceria mais recente, o espetáculo ELA (2017), está indicado ao Prêmio Shell, concorreu ao Prêmio Cesgranrio de Melhor Texto e Botequim Cultural de Melhor Diretor, sendo vencedor do Prêmio Botequim Cultural de Melhor Texto.
Ficha Técnica
Texto: Marcia Zanelatto
Direção e Concepção: Paulo Verlings
Elenco: Carolina Pismel e Paulo Verlings
Diretor Assistente: Flávio Souza
Assistência de Direção: Orlando Caldeira
Músicos: Banda Dagda (teclado: Antonio Fischer-Band | guitarras: Arthur Martau e Kim Fonseca | baixo: Pedro Velho | bateria: Victor Fonseca)
Direção Musical: Ricco Viana
Cenário: Mina Quental
Figurinos: Flavio Souza
Desenho e Técnico de Som: Luciano Siqueira
Visagismo: Vini Kilesse
Iluminação: Tiago e Fernanda Mantovani
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Fotos: Paula Kossatz
Vídeo: Eduardo Chamon
Projeto Gráfico: Raquel Alvarenga
Produção Executiva e Marketing Cultural: Heder Braga
Direção de Produção: MS Arte & Cultura | Aline Mohamad e Gabriel Salabert
Serviço
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Teatro da CAIXA Nelson Rodrigues
Endereço: Av. República do Chile, 230, Centro, Rio de Janeiro / Entrada pela Av. República do Paraguai (próximo ao Metrô e VLT Estação Carioca)
Informações: (21) 3509-9600 / 3980-3815
Temporada: 3 de março a 1º de abril, quinta a domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 20 (plateia) e R$ 10 (balcão). Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia.
Lotação: 400 lugares (mais 08 para cadeirantes) Acesso para pessoas com deficiência
Bilheteria de terça-feira a domingo, das 13h às 20h
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos
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