Mostra de cinema abre dia 27 de novembro, na Cinemateca do MAM Rio, com produções brasileiras e internacionais sobre sexualidade e gênero.
Uma mostra de cinema disposta a abraçar os mais diversos modos de viver a sexualidade e o gênero, com espaço aberto para o debate. Essa é a proposta de Dissidências Sexuais – Cinema, Gênero e Direitos, que acontece de 27 de novembro a 1º de dezembro, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Realizada pelo Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, a mostra valoriza filmes brasileiros de realizadores jovens e independentes, além de produções do Canadá. Em parceria com a Cinemateca do MAM, há também obras cinematográficas premiadas em festivais internacionais. Ao todo, serão exibidos 22 filmes, além de oficina, roda de youtubers e debates. Todas as atividades terão entrada gratuita, com retirada de ingressos uma hora antes na recepção da Cinemateca. A classificação indicativa varia conforme cada sessão. O evento conta com o apoio da Cinemateca do MAM, Consulado Geral do Canadá, Cineclube LGBT e Cinerama UFRJ.
De segunda a sexta-feira, a partir das 17h, o público terá acesso a sete longas e 15 curtas-metragens, entre documentários, animações, performances e diferentes tipos de produção audiovisual. Os filmes abordam assuntos como diversidade sexual, identidades de gênero, reversão de orientação sexual, diferentes arranjos familiares, feminismo, cultura queer, trabalho sexual, sexualidade de pessoas com deficiência e a influência da mídia em questões de gênero. As sessões diárias são divididas por temas: Foco Canadá, Transgeneridades, Performatividade, Queer e Panorama. Ao final de cada dia, haverá um debate com a participação de cineastas, estudantes, professores, ativistas, intelectuais e o público em geral. O evento inclui também a oficina Se Toca – Mala dos Prazeres, com a educadora sexual Renata Mota, na quarta-feira. Na sexta, dia do encerramento, uma Roda de youtubers reúne produtores de canais de conteúdos relacionados à temática, como Enrique sem H, Tá querida!, Drag-se, Kitana Dreams, DialogayBR e Se Toca. A programação termina com shows das cantoras Simone Mazzer e MC Xuxu, e festa com a DJ Clarissa Ribeiro. Neste dia, haverá diversos recursos de acessibilidade, conforme a programação.
Segundo o Superintendente de Comunicação do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Prof. Fernando Salis, o evento pretende contribuir para a promoção dos direitos daqueles que diariamente sofrem violência, opressão social, política e econômica por suas orientações sexuais ou identidades de gênero, afirmando, assim, a diversidade cultural e os direitos humanos. “Num tempo em que a arte vem sendo demonizada, apostamos no encontro entre o cinema e as ideias, de forma que a sexualidade seja vivida afirmativamente, as identidades de gênero não sejam consideradas ameaças aos laços sociais e o pensamento seja livre de dogmatismos, exclusão, censura e fundamentalismos”, explica ele.
SESSÕES TEMÁTICAS
ABERTURA – DIA 27/11 (segunda-feira) – FOCO CANADÁ
No intuito de dar uma perspectiva internacional à mostra, criamos um programa de filmes produzidos no país norte-americano, que, além de ser um dos maiores produtores de filmes com temáticas de sexualidade e gênero, é um dos mais progressistas em termos de políticas públicas para a população LGBTIQ+, entre outros grupos minoritários. Após os filmes, um debate reúne Antônio Quinet (psicanalista e psiquiatra), Lara Lopes (refugiada LGBT de Moçambique), Leandra Du Art (ativista dos direitos LGBTIQ+ e das pessoas com deficiência), Renata Mota (educadora sexual), Cléa Maria (formação de professores) e a Cônsul Geral do Canadá no Rio de Janeiro, Evelyne Coulombe.
DIA 28/11 (terça) – TRANSGENERIDADES
A questão “trans” invadiu as pautas midiáticas e políticas nacionais, da cultura popular aos tratamentos do SUS, das telenovelas ao Congresso Nacional, provocando um intenso debate sobre gênero, sexualidade e direitos. Os filmes da sessão abordam questões de transições estéticas, existenciais e de saúde, procurando tratar da diversidade identitária que existe dentro da própria cultura trans: homens trans, mulheres trans, travestis, a questão dos tratamentos, cirurgias, entre outras. Um debate reúne Jaqueline Gomes de Jesus (Dra. em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, professora do IFRJ), Laylla Monteiro (ativista LGBT e assistente de Pesquisas Clínicas na Fiocruz), Luis Carlos Alencar (diretor do documentário Bombadeira), Pablo Henrique Sant (homem trans e ativista LGBT), Rebecca Gotto (mulher trans e atriz do grupo TransArte) e Tertuliana Lustosa (professora e diretora de Cuceta).
DIA 29/11 (quarta) – PERFORMATIVIDADE
Como se propagam os valores através da linguagem popular e da mídia? Como se constroem supostos “consensos” sobre a moralidade e os costumes? Performatividade é um conceito que revela a força normativa que a repetição dos discursos provoca nas culturas e, portanto, também nos corpos e comportamentos. Através de filmes que mostram o poder de convencimento e a “naturalização” de valores hegemônicos pela religião, cultura popular e mídia, o debate aborda a necessidade de resistência cultural para que outros valores possam produzir imaginários e comportamentos diversos e inclusivos. Além de filmes, o programa inclui a oficina Se Toca – Mala dos Prazeres com a educadora sexual Renata Mota. Ao final, um debate reúne Antônio Carlos Moreira (jornalista e ex-colaborador do jornal Lampião da Esquina), Denilson Lopes (coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da UFRJ), Francine Barbosa (roteirista e professora), Chalini Torquato (professora e pesquisadora da ECO – UFRJ) e Ronaldo Canabarro (Mestre em História Regional pela UPF).
DIA 30/11 (quinta) – QUEER
Esse conceito em inglês, popularizado nos EUA desde a década de 1980, tomou recentemente a mídia brasileira por conta do encerramento de uma exposição de arte em Porto Alegre, que trazia obras com temáticas de sexualidade e gênero. Queer, etimologicamente, queria dizer, num sentido pejorativo, “estranho”, “anormal”, “bizarro”, até que homossexuais, bissexuais, transexuais, drag-queens, entre outros não conformes ao binarismo heteronormativo, se apropriaram do termo e o ressignificaram. Queer passou a qualificar uma atitude criativa, livre, original, irreverente e, sobretudo, afirmativa. Hoje o termo nomeia uma área em expansão dos estudos culturais. Neste dia, os filmes mostram essa atitude jovial e fluida, de experimentação estética dos corpos, relações, afetividades e identidades. Ao final, um debate reúne Ana Carolina Galiza (diretora de Inconfissões), Clarissa Ribeiro (diretora de X-Manas), Érica Sarmet (diretora de Latifúndio), Gustavo Vinagre (diretor de Filme para Poeta Cego) e Mariana Baltar (professora do curso em Cinema e Audiovisual e da Pós-graduação em Comunicação da UFF).
ENCERRAMENTO – DIA 01/12 (sexta) – PANORAMA
A sessão começa com uma Roda de Youtubers, para conhecermos melhor a cultura jovem de canais de conteúdos pela internet, trazendo esses “influenciadores digitais” para falarem de suas experiências. Novos canais, múltiplas plataformas, performances, algoritmos, agenciamento, educação, seguidores e haters serão alguns dos temas a serem debatidos com o público (com interpretação em Libras). A programação de filmes abordará questões como trabalho sexual, visibilidade lésbica, feminismo, cultura drag, transgeneridades, compondo um panorama dos principais temas debatidos ao longo da mostra (os filmes terão audiodescrição, legendagem descritiva e interpretação em Libras). Ao final, um debate (com interpretação em Libras) reúne Anahi Guedes de Mello (cientista social pesquisadora dos Estudos sobre Deficiências), Bruna Benevides (Presidenta do Conselho LGBT – Niterói – Diretoria da ANTRA e ABGLT – TransAtivista), Jean Wyllys (deputado federal), Guilherme Almeida (professor da Faculdade de Serviço Social da UERJ), Marielle Franco (vereadora do Rio de Janeiro), Salvador Corrêa (coordenador de treinamento e capacitação da ABIA – Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids) e Fernando Salis (Superintendente de Comunicação do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ). Para encerrar o evento, shows de Simone Mazzer, MC Xuxu (ambos com interpretação Musical de Sinais) e festa com a DJ Clarissa Ribeiro.
Programação traz 22 filmes, entre curtas e longas, com debates e oficina.
Encerramento em 1º de dezembro com shows de Simone Mazzer e MC Xuxú, seguidos de festa com a DJ Clarissa Ribeiro.
Mostra de cinema
Dissidências Sexuais – Cinema, Gênero e Direitos
Cinemateca do MAM Rio
De segunda a sexta, a partir das 17h
Entrada gratuita
SERVIÇO
Mostra de Cinema
Dissidências Sexuais – Cinema, Gênero e Direitos
Data: 27 de novembro a 1º de dezembro
Local: Cinemateca do MAM Rio
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo – Rio de Janeiro
Tel.: (21) 3883-5630
Contato: dissidenciassexuais@forum.ufrj.br
Realização: Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Apoio: Cinemateca do MAM Rio, Consulado Geral do Canadá, Cineclube LGBT, Cinerama UFRJ Fundação COPPETEC, e Sistema Universitário de Apoio Teatral (SUAT/ECO/UFRJ).
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